sexta-feira, 14 de julho de 2017

Dicas de Barcelona – 2017



Introdução
Com certeza a cidade de Barcelona é uma das metrópoles mais interessantes da Europa. Se pudesse escolher um lugar para viver, Barcelona seria uma grande opção. Existem guias e mais guias sobre a cidade. Na primeira viagem que fiz, usei o guia da Folha, que você adquire facilmente nas principais livrarias. Faça o mesmo. Lá você encontrará informações detalhadas sobre os principais eventos. Por outro lado, a ideia deste rápido texto é compartilhar com os amigos do site algumas dicas pessoais que considero valiosas e que facilitarão a visita dos marinheiros de primeira viagem. Não tenho a intenção de esgotar o assunto, mesmo porque não teria competência para tal.

Quantos dias ficar lá?
No mínimo quatro dias, talvez o ideal seja uma semana. Obviamente tudo dependerá da sua disponibilidade de tempo. A cidade é muito rica em monumentos e passeios, assim explore ao máximo seus encantos.

Programe sua viagem com antecedência e o mais importante: compre os ingressos online!
Aqui talvez seja a melhor dica. A cada ano a cidade recebe mais e mais visitante. Todos os monumentos são cheios e com filas intermináveis. Todos, sem exceção. Assim, compre os ingressos com antecedência pela internet. Você economizará muitas horas do seu precioso tempo e otimizará sua viagem. Todos os grandes pontos turísticos têm seu próprio site explicativo e que permite a compra de entradas online. Basta um busca rápida no Google.

Ótima porta de entrada para a Europa
Desde 2015, a LATAM tem voo direto para Barcelona, saindo diariamente de São Paulo, uma ótima opção para chegar ao continente europeu. Os preços das passagens aéreas são bons, o aeroporto de Barcelona é moderno e não é tumultuado, e a imigração é rápida e sem maiores burocracias. Outro ponto positivo: Barcelona fica a pouco mais de 100 km da fronteira com a França.

Transporte
A cidade tem uma malha metroviária invejável. E melhor, sem maiores dificuldades para seu uso. Entretanto, sugiro o uso do serviço de táxi: altamente disponível (talvez o maior número de táxi por habitante das cidades que já visitei), barato e de ótima qualidade. Realmente vale a pena. Em virtude disso não usei o Uber em Barcelona e não tenho informações sobre o serviço.

Hotéis
Barcelona oferece inúmeras opções de hospedagem, mas vou citar apenas um hotel: o Renaissance ( Carrer de Pau Claris, 122, 08009, Eixample, Barcelona). O Hotel tem localização impecável, perto de tudo e o preço não é tão salgado. Se você não puder pagá-lo, opte por um hotel próximo, pois a localização é realmente fantástica. É possível visitar os principais os monumentos a pé. O hotel fica a apenas um quarteirão de uma das principais vias do bairro mais importante de Barcelona: Avenida Passeig de Gràcia.



A cidade
Basicamente, poderíamos dividir a parte central da cidade em três grandes bairros: a cidade histórica, o bairro Eixample (a parte nova) e o Montjuic (a parte alta). Existe ainda a região litorânea da cidade com destaque para o Port Olímpic e a praia de Barceloneta (aldeia de pescadores). O Port Olímpic é uma área beira-mar que foi totalmente recuperada para os Jogos Olímpicos de 1992. Aliás, neste ano de 2017 completou-se 25 anos do evento que, definitivamente, colocou a cidade em outro patamar de desenvolvimento.



Antoni Gaudí
Para mim, o ponto de destaque da cidade é a arquitetura. E Gaudí é o grande nome dos monumentos de Barcelona, um dos principais mestres do modernisnmo. Não deixe de visitar suas principais obras: a Casa Batlló, a Casa Milà (La Pedrera), o Parc Guell (parque privado e que requer ingresso para sua visita) e a estonteante igreja da Sagrada Família (até hoje inacabada).  Não dá para deixar de visitá-los, cada um com suas peculiaridades. E não se esqueça de comprar seu ingresso com antecedência. No guia que citei você tem informações detalhadas sobre estes monumentos.









Restaurantes
Outro ponto alto da cidade é a culinária catalã. As famosas tapas são aperitivos deliciosos. Dentre as várias opções de estabelecimento, vou destacar apenas três restaurantes (para todos os bolsos), localizados no bairro de Eixample e próximos do hotel recomendado.

Etapes: restaurante minúsculo, porém fenomenal. Excelente comida e com uma apresentação dos pratos digna de uma estrela Michelin. Ótima carta de vinhos e com bons preços. O restaurante é indicado pelo guia Michelin, apesar de não ser estrelado, ele é classificado como “Bib Gourmand”, o que significa boa comida e ótimo preço. Recomendo fortemente.



Casa Calvet: mais uma obra de Gaudí. O ambiente é muito harmonioso e aconchegante, muito bem cuidado de perto pela Dona. Apesar disso, os preços são camaradas, especialmente no almoço. Ótima carta de vinhos e com bons preços. Vale a pena conhecer.




Lasarte: atualmente com três estrelas Michelin, 2017, esse restaurante figura entre os melhores que já visitei na Europa. Se em 2013 ele já era bom – na época ele tinha “apenas” duas estrelas – agora ele ficou ainda melhor. O Chefe Martin Berasategui é um dos ícones da culinária espanhola e mundial. Problema: é muito caro! Mas para os amantes da boa comida e do bom atendimento vale o sacrifício. Reservar com antecedência é obrigatório.






Futbol Club Barcelona
O time do Barcelona é o orgulho da cidade. Para os amantes do futebol, a visita ao estádio (e ao museu) é obrigatória. Se você gostar de futebol e conseguir assistir algum jogo, melhor ainda. Se for um da Champions League, “não tem preço”. Tive a oportunidade de ir ao jogo entre Barcelona e Juventus pelas quartas de finais em 2017: fenomenal! Você pode adquirir o ingresso no site do clube site, tranquilamente. Outra coisa: no dia de jogos e, por vezes na véspera, existem mudanças nos horários de visita do estádio e do museu. Programe-se com antecedência.




Bairro antigo
Vale a pena um passeio a pé e sem pressa através do centro histórico. Fica a poucos minutos do hotel recomendado, caminhando. A Catedral da cidade fica lá. A famosa Avenida La Rambla também (avenida muito cheia, que particularmente não gostei, mas tire suas próprias conclusões). Caminhe sem pressa e chegue à avenida beira- mar: o Port Olímpic ficará a sua esquerda. Destaco ainda dois pontos turísticos na cidade velha:



Museu Picasso
Situado no centro histórico, este pequeno museu é muito rico e bem cuidado. Você terá uma ótima noção sobre a obra de Picasso. Sempre muito cheio, assim, reservar com antecedência é quase obrigatório.

Palau de la Música Catalana
Talvez um dos “teatros” de música mais belo que já visitei. O mosaico da cúpula e a acústica do teatro são espetaculares. Vale a pena uma visita guiada que dura cerca de uma hora. Imperdível.




Montjuic
Bairro no alto e com um vista maravilhosa da cidade. Lá, visite o Castelo (nada demais, mas a vista da cidade vale cada centavo), o estádio olímpico e o parque. Dica: vá de táxi, cerca de 10 euros partindo do bairro Eixample, e volte de bondinho, furnicular e metrô, nesta sequência. A volta sairá mais cara, mas vale a pena o passeio e a vista. 




Vinícolas
A Região de Penedès, ao sul de Barcelona, produz as famosas “Cavas”, o vinho espumante espanhol mais famoso. Dentre as várias companhias, opte pela visita à Codorniú, uma das mais belas vinícolas que já visitei, sem dúvida. O local é realmente único. O agendamento é obrigatório pelo site. Você pode optar por ir de carro saindo de Barcelona (cerca de 45 km) ou se hospedar na pequena cidade de Villa Franca de Penedès. Sugiro o Hotel Mastinell (Cava & Hotel Mastinell) que fica na periferia desta pequena cidade e no meio dos vinhedos. A arquitetura do hotel é ímpar e o restaurante é ótimo e muito barato. Outro ponto positivo, o hotel fica a 40 minutos de carro do aeroporto de Barcelona, El Prat, sem a necessidade de atravessar a cidade, haja vista que o aeroporto é ao sul de Barcelona. Ótima opção para o último dia de viagem, prestes ao retorno ao Brasil.






Madri e outras cidades da Espanha
Se você quiser continuar sua visita pela Espanha, você poderá fazê-lo de trem rápido partindo da moderna Estação Sants, no centro de Barcelona. Você tem à disposição trens de alta velocidade (Empresa RENFE) com destino às principais cidades da Espanha. Destaco a ligação direta com a capital espanhola, numa viagem tranquila, rápida e agradável.

Catalunha
Existem vários outros passeios em Barcelona e na região da Catalunha que não foram comentados aqui, como exemplos, a cidade de Girona e o famoso Montserrat. De todo modo, acredito ter repassado algumas informações importantes sobre essa fantástica região. Não deixe de visitá-la. Boa viagem!

MJR





segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A importância das safras em Bordeaux.



Qualquer região vinícola do mundo sofre influências climáticas durante o processo de maturação e colheitas das uvas, o que afeta diretamente a vinificação e a qualidade dos vinhos. Assim, o mesmo rótulo pode sofrer mudanças exuberantes de uma safra para outra.

Quando começamos a nos interessar por vinhos usualmente conferimos mais importância aos rótulos, às cepas e às regiões, em detrimento às safras. Foi assim comigo. Mas, feliz ou infelizmente, além de conhecer as regiões vinícolas, os bons produtores e as cepas, você precisa ter noções básicas sobre as safras. Caso contrário, poderá comprar gato por lebre.

Também é verdade que mesmo em anos ruins os bons produtores fazem excelentes vinhos. Eles priorizam a qualidade e diminuem a produção. Contudo, esta não é a regra, pois a maioria dos produtores não quer ficar no prejuízo e acaba produzindo vinhos magros e pouco inspiradores.

Para os apreciadores dos vinhos bordaleses, a ótima notícia que tenho é que desde o ano 2000 as safras em Bordeaux foram muito acima da média. A natureza colaborou, e muito. Não tivemos safras ruins. A melhor delas foi em 2009, segundo especialistas. A Grande Safra, talvez a melhor de todos os tempos. Será? Só o tempo dirá, pois estes vinhos estão longe da maturidade plena.

Tivemos excelentes safras em 2000 e 2010. A safra de 2003 também foi espetacular. Recentemente, bebemos o segundo vinho do Château Margaux, o Pavillon Rouge 2003, e estava sensacional batendo vários vinhos crus classés de outras safras (foto inicial).

As safras de 2006, 2007 e 2008 ficaram acima da média e produziram ótimos vinhos. A safra de 2001 também foi muito interessante (o Château Monbusquet 2001, Saint-Emilion Grand Cru, está impecável). Por outro lado, as safras de 2002, 2003 e 2004 foram um pouco menos nobres, mas muito boas. As safras mais recentes, 2011 e 2012, também foram interessantes.



Antes da virada do século, as grandes safras em Bordeaux foram: 1929, 1945, 1961, 1975, 1982, 1989, 1990, 1995 e 1996. Obviamente, os vinhos destas safras são raros e caros. Opte por comprar vinhos das safras a partir do ano 2000.

Para finalizar, comento um aspecto muito importante para os vinhos de Bordeaux. Em geral, os melhores vinhos estarão prontos em média 10 anos ou mais após a safra, especialmente os classificados (crus classés). O segundo vinho dos grandes châteaux podem ser bebidos antes disso, mas nas grandes safras, como em 2005, eles ficam ainda melhores após 10 anos: no último sábado provamos o Moulin De La Lagune 2005 do Chateau La Lagune, Cru Classé Haut-Médoc, e estava soberbo e ainda com potencial de guarda. Os melhores vinhos Crus Bourgeois também se beneficiam do tempo em garrafa. Já os vinhos mais simples de Bordeaux podem ser consumidos com poucos anos de garrafa. São vinhos para o dia a dia.




À votre santé!

MJR