Viajar de
carro pelas belas estradas europeias é uma delícia. As paisagens são quase
sempre paradisíacas, especialmente quando seguimos pelas pequenas estradas do
interior. É uma experiência fantástica... Não viajei por todos os países da
Europa ocidental, mas os países que visitei dão uma ideia geral. Nos últimos
anos tive a oportunidade de viajar pelas estradas de Portugal, Espanha, França,
Itália, Alemanha e Áustria. As rodovias são impecáveis e bem cuidadas... Seguem
algumas dicas básicas para os marinheiros de primeira viagem, ou melhor, para
os pilotos de primeira viagem. Aproveitem!
1 – Documentos necessários:
De uma
maneira geral, para alugar um carro na Europa, basta ser maior de idade e
possuir a Carteira Nacional de Habilitação do Brasil (CNH). A “carteira
internacional” raramente é exigida. Particularmente nunca usei a minha, mas sempre
estou de posse dela. A Permissão
Internacional para Dirigir (PID), a carteira internacional, pode ser requerida
no DETRAN do seu estado, ao custo de cerca de 150 reais (preço em Goiás). Ela
terá a mesma validade de sua CNH e comumente o prazo para a confecção é de 30
dias. Portanto, solicite a sua com antecedência... Outro documento óbvio que será
sempre solicitado na entrega do veículo é o passaporte. Algumas locadoras
exigem também uma idade mínima de 21 anos. Por último, você deverá
obrigatoriamente apresentar um cartão de crédito internacional: ele será a
garantia da locação e cobranças futuras, incluindo eventuais multas!
2 – Onde alugar o carro: faça a pesquisa pela internet, compare
os preços e reserve o carro pela web. A reserva deverá ser feita com
antecedência, evitando assim preços abusivos. Evite alugar diretamente na
agência. Comumente alugo o carro na EUROPCAR por preferência pessoal, porém as
opções são as mais variadas. O custo é relativamente baixo e depende da
categoria do veículo. Outra coisa que pode encarecer o orçamento é a devolução do
carro em um local diferente de onde você pegou, especialmente se você devolver em
outro país. Neste caso a “tarifa de retorno” é muito pesada, podendo chegar a
1.000 euros! Desta forma, sempre que possível devolva o carro no mesmo país...
Atualmente na comunidade Europeia não existe controle de fronteiras entre os
países membros. Assim, você entra e sai destes países sem nenhum tipo de controle!
3 – Seguro: o seguro básico obrigatório (PDW)
não cobre roubos e incêndio, e em caso de sinistro, você deverá pagar uma
franquia, que frequentemente não é barata. Desta forma, opte pelo seguro total
(LDW), pois apesar de caro (cerca de 20 euros dia – na dependência da
categoria), você viajará tranquilo e livre destes problemas. Seguros pessoais
podem ser feitos, porém são dispensáveis.
4 – GPS: o uso do GPS é obrigatório e de preferência com mapas atualizados.
Se você não tem um, você poderá alugar juntamente com o carro (sobretaxa). Não
é caro, porém nem sempre a locadora tem um aparelho disponível. Fique
esperto!... Os modelos mais luxuosos já contém de fábrica um GPS. Cheque estes
detalhes antes do aluguel!
5 – Velocidade máxima: na maioria dos países o controle de
velocidade é rigoroso, seja através de radares fixos e móveis, bem como através
da polícia rodoviária. Siga corretamente as regras de trânsito e evite aborrecimentos.
De uma maneira geral, na maioria dos países citados, as velocidades máximas
permitidas são: 50 km/h em perímetro urbano, 90 a 100 Km/h nas estradas menores
e 120 a 130 km/h nas autoestradas. As placas são bem visíveis e de fácil
entendimento. Existe uma “lenda” que na Alemanha não existe limite de
velocidade nas autoestradas. Não é bem assim! Realmente em alguns trechos não
há limite de velocidade, contudo na maioria dos trechos os limites são
parecidos com os demais países da Europa. A placa abaixo na Alemanha indica que
a partir daquele ponto a velocidade máxima é liberada. Ela pode vir também com
a velocidade do trecho anterior riscada.


5 – Pedágios: em quase todas as autoestradas da
Europa os pedágios estão presentes. O preço é razoável. Em Portugal, a dica é optar
por contratar um sistema de “pedágio eletrônico” (Via Verde), através de um
dispositivo que ficará dentro do carro. Assim, você poderá passar pelos
pedágios sem perder tempo; depois a conta vem no seu cartão de crédito... Na
Espanha, França e Itália os pedágios são semelhantes. Podem ser pagos em
dinheiro ou cartão. Ao chegar num posto de pedágio você poderá optar por cabines
com pagamento eletrônico ou pagar através de um atendente. Sempre que possível,
opte pelo atendente. Contudo, em alguns pedágios a única opção é pagar através
de máquinas, o que pode gerar algum estresse, porém usualmente sem maiores
problemas (ande sempre com dinheiro trocado e moedas). Em algumas autoestradas destes
países, ao adentrar nelas, você receberá um ticket de entrada, e na saída será
calculado o valor a pagar, de acordo com a distância percorrida... Na Alemanha
os pedágios são mais raros, presentes apenas nas autoestradas privadas... Já na
Áustria para trafegar nas autoestradas você deverá obrigatoriamente comprar um
selo (Vignette) e colar no vidro dianteiro, à esquerda. Ele deve ser adquirido
nos postos de combustível e o valor depende do número de dias que você ficará
no país (para 10 dias, o mínimo, o valor é de 8,50 euros). Dica: nos postos de
abastecimento antes da fronteira da Áustria, comumente já é possível adquirir o
selo pedágio.


6 – Abastecimento: os carros podem ser a diesel ou à gasolina.
Sempre opte pelo diesel pelo menor custo. Nos postos, na maioria das vezes o
serviço é de autoatendimento e não há frentistas. Em alguns você poderá pagar
diretamente nas bombas com seu cartão de crédito internacional. Já em outros,
você deverá pagar no caixa do posto, antes ou após o abastecimento, não
existindo uma regra única. Na primeira vez o abastecimento é “tumultuado” pela
falta de prática, depois o desempenho melhora!
7 – Estacionamento: parar e estacionar o carro nas
grandes cidades europeias quase sempre é uma tarefa complicada: primeiro pela
escassez de vagas, segundo pelo alto custo. Nos estacionamentos públicos você
deverá pagar por hora em máquinas automáticas, situadas próximas ao
estacionamento: pague com moedas e deixe o comprovante na parte da frente junto
ao vidro dianteiro... Dica: adoro viajar de carro pela Europa, porém sempre evito
as grandes cidades. Opto por conhecê-las através de trens. É mais rápido,
seguro e sem aborrecimentos com o trânsito. Dentro da cidade uso o transporte
público ou táxi. Deixo o carro para as belas paisagens do interior e das
pequenas cidades. Mais uma dica: em pequenos centros históricos da Itália é
proibida a entrada de carro sem autorização prévia (somente para moradores e
hóspedes de hotéis) e as multas são caras.
Espero que
as dicas tenham sido úteis. Boa viagem!
MJR