quarta-feira, 7 de maio de 2014

Roma - Itália



A Cidade Eterna. Fundada em 753 a.C., Roma é um burburinho de pessoas e buzinas. A capital do Catolicismo vê passarem apressados grupos de religiosas, como se a batina escura não as castigasse debaixo do sol inclemente.

Se perder pelas ruas de Roma é encontrar cultura. O Coliseu transpira História. Uma das sete maravilhas do mundo moderno, foi construído de 70 a 90d.C. pelo imperador Vespasiano, que após uma série de desastres em seu reinado, como a erupção do Vesúvio, o incêndio de Roma e a disseminação da "peste", decidiu implementar, pela  primeira vez na história, a "política de pão e circo". Desta forma, construiu um local para acalmar o povo e apaziguar os deuses. Além dos seus 3 andares que abrigavam um público de 50 mil pessoas, o Coliseu contava com mais 2 andares subterrâneos, onde permaneciam os gladiadores, as feras, os condenados às portas da execução e todo o pessoal de apoio aos espetáculos. Contava com um sistema de elevadores através dos quais tais personagens eram conduzidos à arena. Cada pedra parece pulsar ao ritmo do coração dos gladiadores que ali deixaram suas vidas.

Em cada quadra, um novo belo templo. A Basílica de São Pedro é a prova viva da pequenez do homem diante da divindade. Depois da primeira impressão da grandiosidade interna da maior igreja católica, logo nos deparamos com sua obra prima: sobre a Pietá, uma luz quase sobrenatural parece evidenciar ainda mais cada dobra das vestes, cada veia dos braços e cada unha das mãos. Tudo apenas para nos mostrar a inimaginável habilidade de Michelangelo, escultor que deu vida a um bloco de mármore e o poliu como marfim, na mais perfeita expressão da delicadeza. Ao fundo do altar encimado pelo baldaquino de Berrini, um vitral especial representa o Espírito Santo, luminoso e hipnotizante.

É lamentável que os Museus do Vaticano tenham que ser cumpridos de maneira tão impessoal, impelidos pelo excessivo número de visitantes que buscam apenas um objetivo: a Capela Sistina. Do mesmo modo como todas as obras riquíssimas de seus corredores, esta estupenda obra é verdadeiramente negligenciada em sua plenitude. O local deve seu nome ao papa Sisto IV e a última pintura foi finalizada em 1541, não se sabendo ao certo quando foi iniciada. Nas pinceladas magistrais de Michelangelo uma amostra de com o gênio humano pode superar qualquer barreira. Foram cerca de 10 anos pintando um único teto. O pai do barroco dispensou pessoalmente seus assistentes por não julgá-los competentes o suficiente. A perspectiva é tão perfeita que não se pode sequer distinguir colunas verdadeiras daquelas pintadas.

As opções gastronômicas são várias, mas talvez uma das melhores mesas seja a do Gaetano Costa, no nobre bairro da Villa Borghese. Na casa deste Siciliano temos uma comida de sotaque francês no coração da Itália. Começamos com uma sopa de crustáceos com folhado de provolone, seguidos de fundo de alcachofras com muzzarella de búfala. Em meio aos pratos de fina elaboração, o fagotelli rosso trufado. Seu perfume de trufas frescas enche o ambiente... e preenche a alma. Harmonizado com o Brunello de Montalcino Castelgiocondo, 2003. Para finalizar, as sobremesas delicadamente montadas: torta folhada de maçã com gelato de vanilla e torta mousse de ciocollata com gelato de frutas vermelhas silvestres.


Depois de um dia de passeio não há carícia melhor que o finíssimo perlage de uma bela Veuve Clicquot. E nenhum lugar do mundo é mais convidativo que o terraço do Hotel Sofitel. Sentado em boa companhia no sexto andar deste elegante edifício da Villa Borghese, pode-se deleitar da beleza dos telhados sob o sol do entardecer, onde se destaca, única e majestosa, a cúpula  da Basílica de São Pedro. Apenas uma visão pode ser ainda mais encantadora: a mesma cúpula, vista do mesmo lugar, só que desta vez sob o céu da noite, impondo sua soberba iluminação.

Raquel















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